terça-feira, 24 de março de 2009

Fazer o que se tem que fazer e depois fazer o que se quer fazer

Passamos mais um final de semana em Frøya fazendo melhorias na casa. Depois de pintar 3 janelas, eu posso dizer que peguei prática. Pintei as janelas da sala de estar (que tinham uma cor de madeira avermelhada e agora estão brancas). No próximo final de semana não iremos a Frøya por que temos outros compromissos, mas na semana seguinte, início das férias de Páscoa, vamos ficar lá. Isto significa que este ano não haverá temporada de Páscoa no chalé da família. Eu não iria de qualquer jeito, por que, apesar de ser algo diferente, não sinto que consigo descansar. Aparecem tantas coisinhas para fazer, como passeio de esqui ali, fogueira com salsichas ali, pescaria acolá, que eu acabo não tendo a sensação de que estou realmente descansando (ler um livro, ouvir música, etc.).

Ontem, segunda-feira, tivemos uma palestra sobre como escrever trabalhos de história e civilização, mas eu não achei que acrescentou muito àquilo que eu já havia aprendido. Sem falar que o inglês da palestrante não estava em um nível aceitável para uma pessoa com autoridade para dar palestras em um curso universitário de inglês.

Hoje vou ter um longo dia aqui na faculdade, com grupo de linguística, a terceira e última palestra sobre "Jane Eyre" (ainda bem, pois já estou enjoando deste livro) e os dois últimos episódios da minissérie da BBC sobre Jane. Semana que vem vamos examinar um outro livro, "The Ghost Writer", que eu já comecei a ler. O livro tem tantas, mas tantas palavras desconhecidas que eu preciso usar o dicionário enquanto leio. Esta palestra também marcará a volta do favorito professor Hawthorn.

No mais tenho visto filmes ("The Sheltering Sky", "The Hours" e "Mrs. Brown" foram os últimos). Falando em "The Sheltering Sky, quero reproduzir aqui as falas da cena final, que me emocionaram:

Because we don't know when we will die, we get to think of life as an inexhaustible well, yet everything happens only a certain number of times, and a very small number, really. How many more times will you remember a certain afternoon of your childhood, some afternoon that's so deeply a part of your being that you can't even conceive of your life without it? Perhaps four or five times more, perhaps not even that. How many more times will you watch the full moon rise? Perhaps twenty. And yet it all seems limitless.

Paul Bowles

Pelo fato de não sabermos quando vamos morrer, nós vemos a vida como um poço inesgotável, porém  tudo acontece somente um certo número de vezes, e um número muito pequeno, verdadeiramente. Quantas vezes mais você irá se lembrar de uma certa tarde de sua infância, uma tarde que faz tão profundamente parte do seu ser que você sequer consegue imaginar sua vida sem ela? Talvez quatro ou cinco vezes mais, talvez nem isso. Quantas vezes mais você irá ver a lua cheia nascendo? Talvez vinte. E ainda assim tudo parece ilimitável. 

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