quinta-feira, 12 de julho de 2007

Dos recortes de revistas à realização do sonho

Desde os idos da minha adolescência, 12, 13 anos que eu sonho em conhecer a Noruega. Por culpa da minha adoração ao a-ha (que hoje anda apagada), eu comecei a me interessar por este país frio, conhecido no Brasil por exportar o melhor bacalhau do mundo e pela neve infinita (o que não é bem verdade). A febre do a-ha passou, mas a paixão pela Noruega não. Colecionei folhetos, recortes de jornais e revistas em uma época em que não havia internet. Fui ao consulado junto com amigas e recebemos uma porção de folhetos e revistas sobre a Noruega. Quando estive na Disneyworld aos 14 anos, lembro que fui sozinha ao pavilhão da Noruega no Epcot Center e andei no 'Mælstrøm' (uma espécie de montanha encantada que mostra a história da Noruega, desde a idade da pedra até a descoberta do petróleo) 2, 3 vezes seguidas. Quase que minha mãe comprou um bunad para mim na loja de souvenirs mas, claro, era caríssimo.  Implorei para meu pai comprar um CD do Edvard Grieg, nada barato. Comprei a camisa da seleção da Noruega de futebol à prestação e lembro que não fiquei tão triste quando a Noruega ganhou do Brasil na copa do mundo. Nos anos difíceis da minha vida, quando perdi minha mãe, minha avó um ano depois, no dia da virada do milênio (lembro de todos festejando nas ruas a entrada do ano 2000 enquanto nós entrávamos no cemitério para  o velório) e sofri com um casamento turbulento, o sonho ficou adormecido. Mas, destino ou acaso, eu vim parar na Noruega, como anuncia o nome do blog.

A maioria dos recortes de revista e folhetos que eu tinha - aliás, ainda tenho, numa pastinha bem guardada no meio das coisas que eu empacotei e deixei no Brasil, falava, claro, da capital da Noruega, Oslo. O museu Munch com "O Grito", o museu do barco Viking, o Frogner Parken (lembro de ter lido sobre ele numa enciclopédia infantil chamada "O Mundo da Criança", que minha tia vendia). Me encantei com as fotos da estátua de um garotinho bravo, que hoje eu sei que se chama "Sinataggen".

Amanhã eu vou embarcar num trem com destino à Oslo. Não será mais uma foto numa revista que me mostrará um pedacinho da cidade. Será a experiência real, ao vivo, de passear pela cidade com a qual sonhei por tantos anos. O que mais me deixa feliz, além de estar a caminho de Oslo, é estar a caminho de Oslo com alguém especial, alguém que, sem eu saber, morava aqui na Noruega e não sabia que, do outro lado do mundo tinha uma menina que sonhava em conhecer o seu país.

Deus escreve certo por linhas tortas. 

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