segunda-feira, 5 de maio de 2008

Programa de viking

Eu não sabia se ir a Leksvika observar pássaros seria ou não o que nós paulistanos chamamos de 'programa de índio'. Não foi. Eu prefiro chamar o passeio de programa de viking. Por que? Empacotamos mochilas com sacos de dormir e roupas de lã e enchemos quatro sacolas pesadas com comida e bebida para levar ao chalé. Isso por que estávamos certos de que o carro chegaria até a porta. A uns 2 quilômetros de lá, depois de muita subida, fim da linha para o carro. Neve ainda não derretida estava por toda a estrada. Tivemos que carregar as mochilas e sacolas montanha acima até chegar lá. Se fosse só carregar, não seria nada de mais, uma caminhada até que faz bem.  O problema é que a neve estava tão alta e mole que cada passo que dávamos a perna afundava na neve. Eu, que tenho 1m62cm, andei com neve até o joelho. Minha calça, meias e sapatos ficaram encharcados. Eu era a única que parecia estar insatisfeita com o percurso, por que os noruegueses que me cercavam não estavam nem aí. Meu marido disse que é um desafio para eles e que os faz sentirem-se bem chegar e saber que conseguiram. Então, tá.

Quando eu pensei que depois de tanto esforço e determinação, eu finalmente passaria o meu precioso final de semana relaxando e não fazendo nada, me deparei com um chalé charmoso, mas sem as mínimas condições de conforto. Fiquei com dor nas costas por causa do colchão. O esquema do banheiro com sistema de fossa do lado de fora eu até que já aceitei. Não conseguimos ver tiur e tiurleik, mas eu vi um alce no jardim de uma casa na volta. Aliás, a volta foi a mesma coisa, carregamos tudo de volta atolando as pernas na neve. Resultado, fiquei com as calças, sapatos e meias encharcados de novo. Por não ter levado sapatos extras tive que ir tomar café no restaurante da balsa de meias. Ainda bem que na Noruega vale tudo.

Mas, olha só que prático, lá em cima no chalé a gente não precisa de geladeira!

Uma coca-cola geladinha no capricho!

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