quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Coisas sobre a Noruega que são diferentes do Brasil

Olá!

Hoje faz 26 dias que eu parti do Brasil e logo completarei meu primeiro mês em terras norueguesas. Neste meio tempo, pude aprender muitas coisas e acabei fazendo uma lista das diferenças mais marcantes que eu observei. Aqui vai o primeiro lote, hehe:




  • Velas em tudo quanto é ocasião Sempre que houver pessoas sentadas à mesa ou no sofá, haverá velas. Aqui, eles não costumam usar luz direta como no Brasil, lustres ou lâmpadas no centro dos cômodos, mas sim, abajures e velinhas, quase sempre em candelabros ou potinhos de vidro, um mais lindo que o outro. Isto torna o ambiente bem mais aconchegante.


  • Notícias para surdo-mudos Todo dia à tarde um apresentador informa as notícias em linguagem de sinais. Aqui só há 2 canais de TV aberta, um é estatal, NRK1 e outro privado, TV2. A programação é relativamente boa. Eles também exibem "Show do milhão", "Topa ou não topa" e "Dança dos famosos".


  • Ter que pagar pela sacola em supermercado As sacolas plásticas em supermercados não são gratuitas. Temos que pagar por cada uma que usamos ou então, levar nossa própria sacola de casa. Mas, em lojas de departamentos eles dão a sacola, sim.  


  • Banana se compra por unidade Tudo que se compra por dúzia no Brasil se compra por quilo aqui. Frutas, verduras e legumes são caros e a variedade não é grande como no Brasil. 


  • Carne de boi e de frango são muito caras Se você acha que o filé mignon está pela hora da morte, pare de reclamar. Aqui, qualquer bifinho custa caríssimo! Mesmo assim, o prato nacional daqui não é Bacalhau nem peixe nenhum, mas sim 'Kjøttkaker', bolinhos de carne moída, quase como as nossas almôndegas ou porpetas.


  •  Quase nenhuma casa tem lareira  Neve, frio, inverno sempre remetem a uma casa com uma lareira. Aqui, não. Usa-se um fogão à lenha na sala de estar, que tem uma chaminé. O fogão não tem bocas, não dá para se cozinhar nele.


  •  Não servimos almoço Não se tem o hábito de fazer comida quente, mistura, etc. na hora do almoço. Almoço aqui é como um ‘segundo tempo’ do café-da-manhã, com pão, frios, café e frutas, lá pelas 11 hs da manhã.


  •  Jantar com as galinhas Pelo fato do almoço ser pouco farto, após o encerramento do expediente, por volta das 16 horas, todos estão com uma fome de leão, então ninguém espera até 19, 20 horas como estamos acostumados no Brasil. O horário médio do jantar aqui é 17 horas, e aí, sim serve-se comida quente e com mais sustância.


  •  O massacre da porta elétrica Assim como nos metrôs paulistanos, os shoppings aqui têm uma porta para entrar, marcada com uma seta verde e ao lado, uma porta para sair, marcada com um círculo vermelho. Como todas as portas têm sensor eletrônico, elas só obedecem o sinal de quem entra ou sai pela porta correta, então temos que ficar atentos para usar a porta certa e não sermos esmagados, hehe.


  • "Siga o caminho das pedras amarelas" Algumas lojas grandes, como a IKEA, têm flechas indicativas no chão para que todos os clientes andem na mesma direção e não se trombem quando a loja estiver muito lotada.


  • Papéis invertidos Geralmente, quando entramos em qualquer loja no Brasil, nem que seja só para dar uma olhadinha, somos 'atacados' por um enxame de vendedores. Aqui, é o contrário. Como um funcionário custa muito caro para as lojas, o número de vendedores é reduzido, então quando queremos uma informação, temos que pegar uma senha (igual àquelas de papel que pegamos nos cartórios) e esperar pacientemente que um vendedor esteja livre e chame o nosso número.


  • Consciência ecológica 1 Reciclagem de lixo é muito séria. Temos que separar papéis e plásticos do lixo orgânico em duas lixeiras diferentes. Em uma semana um caminhão passa recolhendo o lixo orgânico e na outra, um outro caminhão recolhendo o lixo reciclável.


  • Consciência ecológica 2 Vidro e alumínio devem ser levados ao supermercado e depositados em uma máquina especial. Recebemos dinheiro por cada garrafa ou lata depositado lá. Ou seja, aqui quase todo mundo é catador de latinha em potencial. Porém, nem tudo é perfeito. As autoridades norueguesas estão muito preocupadas com a alta emissão de monóxido de carbono na atmosfera por conta do uso abusivo de carros e estão fazendo campanhas para que as pessoas usem mais o transporte público. Só que ônibus custa caro aqui, e onde eu moro, por exemplo, ônibus é veículo em extinção.


  • Beijo, abraço ou aperto de mão? Não se dá beijo ao se cumprimentar as pessoas. Somente aperto de mão, e só se abraça pessoas mais próximas, sem beijinho no rosto. Homens aqui não costumam se abraçar. Semana passada houve um debate na TV sobre isso, um ministro quis abraçar outro ministro para cumprimentá-lo pelo seu aniversário e ele se esquivou, hehe.


  • Banheira sem espuma Método de lavar a louça: Enche-se a pia de água fervente com detergente e lava-se a louça nesta água. Depois, enxaguamos a louça em água corrente. Mais econômico que no Brasil, mas eu sinto falta do sabão fazendo muita espuma. Eu uso esponja, mas a escovinha é mais comum aqui.


  • Cuidado com a meia furada! Temos que tirar os sapatos ao entrarmos na casa de alguém. Toda  casa tem um hall de entrada onde se penduram os casacos, cachecóis e se deixam os sapatos. Eu ainda levo um tempão para tirar tudo e acabo ficando para trás, o povo aqui tira casaco e sapato em 5 segundos!

  • Se o carteiro não vem até você...As caixas de correio não ficam na porta de casa. Há uma casinha em algum ponto da rua onde ficam todas as caixas de correio dos moradores da região, e o carteiro deposita a correspondência ali, dentro da caixa dos respectivos destinatários.

    Até agora, é isso que eu tenho para relatar. Me divirto muito descobrindo cada uma destas diferenças, acho muito interessante e quero frisar que não estou escrevendo em tom de zombaria. Respeito muito os costumes daqui e acho que isso enriquece a nossa bagagem cultural. E viva as diferenças! Até a próxima!



 

2 comentários: