segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Final-de-semana agitado

Olá!

Este será um mega post, pois aconteceram tantas coisas neste final-de-semana que eu nem pude atualizar as notícias.

Quinta-feira, 26 de outubro:

Fomos de carro para Klæbu, onde os pais e avós maternos do Morten moram. No caminho, encontramos os primeiros sinais de neve e foi uma festa só, mesmo com um frio! Também passamos no Ligningskontor de Orkanger para ter certeza de que havíamos feito tudo certo para eu conseguir meu personalnummer e no "Detran" norueguês para saber como farei para tirar minha carteira de motorista norueguesa. Poderei usar a internacional que tirei no Brasil por um ano e depois terei que fazer apenas o exame prático - sem a parte da direção no gelo/óleo!

Antes de Klæbu, paramos em Trondheim. Uma cidade muito charmosa, com casinhas e prédios baixinhos e antigos, limpa e cheia de história. Como chegamos ao meio-dia e Morten tinha que tomar uma vacina às 13 hs, fomos dar uma olhada no shopping Trondheim Torg e na praça onde se realiza uma feira às vezes. Lá, há uma estátua do viking
Olav Trygvasson. Havia também uma manifestação pacífica do povo Tamil da Índia com o fim de atrair a atenção para os problemas que eles vêm atravessando. Depois da vacina, fomos conhecer a "Gamleby", a parte antiga da cidade. Atravessamos o Lykkensportal, cruzamos a ponte sobre o rio Nid e conhecemos a parte antiga. Lá há o primeiro elevador de bicicletas do mundo, uma idéia genial. Cafés em casinhas de madeira muito aconchegantes. Almoçamos em um deles, chamado Choco Boco. Depois, fomos à catedral de Nidaros. Uma catedral gigantesca, com vitrais e esculturas nas pedras e abóbadas altíssimas. Passeamos por dentro da catedral e foi uma experiência inesquecível. Acho que sempre que estiver em Trondheim vou querer passar por lá. Me senti dentro de um castelo medieval. Passeamos pelo parque que fica atrás da catedral, bebemos água sagrada de uma fonte que fica em um ponto de parada de peregrinos, fomos dar uma olhada no cinema para conhecer e partimos para Klæbu, que fica a 30 minutos de Trondheim. Fui MUITO bem recebida pelos pais do Morten. Eu já tinha a impressão de que iria gostar muito deles, e isso se confirmou. Até me soltei e conversei em norueguês algumas vezes, embora eles falem bem inglês, então não houve problemas de comunicação. No jantar provei carne de cordeiro com geléia de uma frutinha chamada tyttebær (adorei tudo). Às 20 hs, fomos todos juntos a Trondheim novamente, desta vez para assistir a uma apresentação musical em um festival chamado "Transform", que foi organizado pelo pai da namorada do irmão do Morten. Lá, conhecemos os dois e foi um concerto espetacular!!! Os primeiros a se apresentarem foram o "Trondheim World Music Ensemble", formado por músicos da Noruega, Gâmbia, Índia, Afeganistão, México, Chile e Noruega. Eles fizeram muitos espectadores dançar com uma mistura de salsa e violinos, além de músicas africanas e iranianas (Pata Pata, de Miriam Makeba, também, amei!). O segundo grupo a se apresentar foi o Trio Troika. Um  húngaro, um búlgaro  e um norueguês, que tocam baixo, violino e cimbal. Músicas clássicas e populares lindíssimas, com um toque cigano e um show muito bem humorado. Infelizmente tivemos que ir embora antes do final, pois o pai do Morten tinha que acordar cedo para trabalhar no dia seguinte.

Sexta-feira, 27 de outubro:

De manhã estava tudo branquinho, coberto de neve, então eu e o Morten fomos brincar um pouco. Adorei ouvir o barulhinho que a neve faz quando se pisa nela e fiquei surpresa ao sentir que a neve não é tão gelada de se tocar. Tentamos fazer um boneco, mas ele despencou antes de ficar pronto, haha. A mãe do Morten me deu duas sacolas de roupas que uma amiga dela queria doar. Vocês não acreditam quantas roupas boas e praticamente novas tinha lá. Só não fiquei com as pouquíssimas roupas que não serviram, mas, felizmente, esta amiga dela parece ser um pouco cheinha como eu, hehe. A mãe dele ainda foi lá de novo perguntar se ela tinha algum sapato para jogar fora e ela trouxe uma bota linda, que já usei muito por aqui.
À tarde fomos de ônibus (um ônibus muito confortável, por sinal) ao
City Syd, um dos maiores shopping centers da Noruega, muito parecido com os de São Paulo. O Morten queria achar um sapato para mim que fosse feito de material à prova d'água, e achamos um que pretendo usar no dia-a-dia (os sapatos do Brasil aqui não dão nem para o começo quando se trata de neve e frio). O pai do Morten nos deu carona na volta do trabalho e fomos conhecer os avós maternos dele, que também moram em Klæbu. Duas pessoas adoráveis, muito gentis e divertidas! Experimentei um prato típico da região chamado Sodd, com batatas cozidas e flatbrød. Estava delicioso! De sobremesa, provei o famoso Multekrem, uma mistura de creme de leite e uma frutinha chamada multe. Como se ainda não bastasse, tomamos café com um bolo chamado Verdens Beste, bolo de chocolate e sorvete! Agora, eu quero passar longe de uma balança, haha. Mas é tudo tão gostoso, que não dá pra ser mal-educada e recusar. Ganhei dois pares de meias de lã e um par de luvas chamadas de Selbuvotter tricotados pelo vovô. Ele adora tricotar e bordar, eu fiquei encantada com os trabalhos que ele fez, a vovó me mostrou. Inclusive, ele foi sondado para dar uma entrevista a um jornal sobre seu talento para trabalhos manuais e recusou, pois não queria atrair a atenção, que fofo!

Sábado, 28 de outubro:

Dia de compras. Eu, o Morten e o pai dele fomos à IKEA, a loja de móveis e utilidades domésticas mais popular por aqui. Eles vendem móveis, objetos e utensílios com o mesmo design dos vendidos pela Tok Stok de São Paulo, só que as lojas são bem maiores e têm maior variedade. Lá achamos umas coisinhas que precisávamos e depois fomos à "Fretex". É um tipo de bazar beneficente  onde o Exército da Salvação vende as coisas doadas. Aliás, sempre vemos nas ruas daqui grandes caixas onde as pessoas depositam roupas e sapatos "velhos" (que de velhos quase sempre não têm nada), que seguem para as "Fretex" espalhadas pela Noruega. Compramos uma mesa para a sala de jantar e quatro cadeiras, tudo quase novo. O pai do Morten me disse que muitos noruegueses enjoam dos móveis muito rápido e trocam tudo, daí o fato de acharmos muitas coisas quase novas.
Em seguida fomos ao hospital de Trondheim visitar o avô paterno do Morten, que fora internado alguns dias antes com um probleminha nos pulmões. Mesmo acamado, o vovô Johan estava muito bem disposto, conversou muito conosco e fez piadas, haha. Como eu gostei dele! Ele disse que quer me ver esquiando logo, vamos ver se eu consigo esta proeza. Agora só falta conhecer a avó, que não estava no hospital quando estivemos lá.
Ainda fomos ao "Coop Obs Bygg", uma loja que seria como a C&C, ou Telhanorte em São Paulo, onde se vende material de construção e para "faça você mesmo". Aliás, achamos pisos de cerâmica do Brasil, da marca "Eliane", hehe. Percebi que no Brasil há uma variedade bem maior de material de construção e acabamento do que aqui.
No jantar na casa dos pais dele, todos os irmãos e respectivas namoradas estavam presentes. A mãe dele fez carne de rena, e de uma forma que lembrou muito o nosso "Strogonoff". Achei esta carne deliciosa, como quase tudo que experimentei até agora. As únicas duas coisas que eu realmente não gostei foram "Rognbær" (uma frutinha) e "Lakris", uma bala feita de uma planta que todos parecem adorar por aqui. Estou procurando a pessoa que disse que a comida daqui é horrível. É impossível achar isso.

Domingo, 29 de outubro:

Último dia do final-de-semana e também último dia das férias do Morten. Acordamos e tomamos café-da-manhã com waffles, brunost (o famigerado "queijo marrom", que para mim, nada mais é que o doce de leite de copo que temos no Brasil na forma de queijo), rømme (uma espécie de creme de leite) e geléia de morango. No almoço, uma grande surpresa! Os pais do Morten convidaram todos para comer pizza na Tyholttårnet em Trondheim! O Morten me falou deste lugar quando ainda só conversávamos pela net e eu estava muito ansiosa pra conhecer. É uma torre de 74 metros de altura,  onde também funciona o escritório regional da rede de televisão NRK. Lá no alto, há um restaurante cujas paredes são de vidro do teto ao chão (o Morten me contou que a pessoa que forneceu os vidros correu em direção a eles e se atirou para provar que eles eram mesmo resistentes!). Temos uma visão panorâmica de toda a Trondheim e do mar. Mas, o mais genial é que o chão do restaurante lentamente gira, e depois de uma hora, damos a volta completa! Eles servem pizza na forma de buffet self-service, adorei a idéia e a pizza estava muito boa. Depois do almoço tão agradável, nos despedimos e seguimos viagem de volta a Frøya, com o carro carregado de coisas e muito cansados, mas muito felizes com tudo que fizemos nestes quatro dias.

Hoje é terça-feira e eu fico sozinha durante o dia, pois o Morten já voltou a trabalhar. Felizmente sempre arrumo coisas pra fazer e estou estudando norueguês enquanto não recebo a autorização para iniciar o curso gratuito. Já estou vendo empregos de meio-período e lentamente tento me ajustar à nova vida. Agora que a poeira abaixou, a vida começa pra valer. Que Deus me ajude a vencer.

Uma boa semana a todos!

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