sexta-feira, 31 de julho de 2009

Férias Dia 6

Quarta, 15 de julho:

Nosso último dia antes de retornarmos a Frøya. Fomos passar o dia em Molde, enquanto a barraca ficou no acampamento, já que voltaríamos para lá à noite para dormir. Primeiro fomos à padaria que ficava em um shopping na periferia da cidade para tomar café da manhã. Seguimos para o centro e penamos para conseguir lugar para estacionar, já que a cidade estava fervilhando de pessoas que iriam assistir aos shows do festival de jazz de Molde. Finalmente achamos um lugar ótimo e fomos passear no centro. Tentamos comprar Cds, mas ironicamente, não havia uma loja de Cds sequer na cidade que sedia um festival de jazz. Até show gratuito de banda de heavy metal nós vimos. No final da tarde, fomos jantar e de lá caminhamos até um teatro chamado Bjørnsonhuset, situado dentro do hotel Rica Seilet, onde se realizaria o show da Melody Gardot, para o qual tínhamos ingressos! No caminho, meu sapato começou a apertar tanto no calcanhar que eu praticamente não conseguia mais andar. Meu marido me salvou mais uma vez, indo atrás de um tipo de Band aid para o calcanhar. Melhorou na hora. O show estava marcado para as 21hs, mas começou com cerca de 10 minutos de atraso (ouvi gente atrás de mim reclamando deste minúsculo atraso!). O show foi divino, Melody Gardot é muito carismática, além de cantar maravilhosamente. A banda também era excelente.

Terminado o show, fomos passear mais um pouquinho pela cidade e conseguimos assistir a um show de graça, que estava acontecendo em um parque. Era uma banda da Romênia chamada Fanfare Ciocarlia que tocava músicas muito alegres. Música perfeita para fazer os noruegueses tímidos dançarem muito - na maioria das vezes com a caneca de cerveja na mão. Foi um final de noite perfeito. Voltamos para nosso acampamento e fechamos nossa viagem de férias com chave de ouro.

Nesta viagem, aprendi muitas coisas, algumas delas 'na marra', entre elas:

- Aceitar o fato de que na Noruega o tempo não fica bom quando queremos. Ele fica bom quando 'lhe dá na telha'. Então, em vez de fechar a cara e ficar reclamando, o melhor é encarar o tempo horroroso com bom humor. Tomar chuva não é um perigo mortal e não nos faz derreter.

- Aceitar o fato de que, na Noruega, jamais encontraremos a mesma variedade de restaurantes, padarias, supermercados que no Brasil. Então, em vez de ficar resmungando, temos que 'nos virar' com o que tem para vender aqui.

- Não importa se hoje o sol está brilhando e a temperatura está beirando os 30 graus. Amanhã o tempo pode (ou vai) mudar drasticamente, pode (ou vai) chover e a temperatura pode (ou vai) despencar para 10 graus. Tenho que levar na mala roupas de verão e de inverno, meias de lã, suéter, jaqueta, capa de chuva, galochas. Ah, e sapatos extras, no caso de um par ficar encharcado.

- Acampar é uma delícia. Temos privacidade, temos contato com a natureza, aprendemos a viver com poucos recursos e sem as mordomias do mundo moderno e conseguimos 'filosofar' muito através dos bate papos interessantíssimos, sem televisão e internet por perto. Rádio tem que ter, por que música é imprescindível. Sem falar na economia gigantesca que fizemos por não morar em hotéis e cozinhar nossa própria comida na maioria das vezes.

Palavras de uma ex-habitante de cidade grande e ex-fresca.

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