quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mundo bizarro

Em busca da carteira de motorista

Agora não dá mais para fugir. Minha prova de direção foi marcada para o dia 14 de novembro, aproximadamente daqui a um mês. Já estou com frio na barriga só de pensar nisso. Na verdade eu já estou me preparando  para caso eu seja reprovada, embora vá fazer o meu melhor. Se o nervosismo não tomar conta de mim e eu tiver aquela sorte extra, acho que dá. Senão, paciência, faço a prova quantas vezes for preciso, contanto que eu pegue a carteira norueguesa até dia 23 de janeiro, quando o prazo para eu trocar de carteira vence. Vou fazer duas aulas alguns dias antes e meu marido quer que eu faça uma aula antes do teste. Vou ter que alugar o carro da auto-escola para fazer a prova, então preciso treinar naquele carro, que tem algumas frescuras. A chave não é chave, é um retângulo de plástico. O breque de mão é um botão no painel. 

Momentos que eu preferiria não vivenciar 

Ontem tive um momento estressante durante a limpeza no shopping. Pouco antes de eu limpar um dos toaletes, um homem entrou. Como já estou acostumada com isso (alguém consegue me explicar o que as pessoas têm que ir fazer num shopping minúsculo às 8:30 da manhã, quando a temperatura não passa dos 5 graus Celsius?), limpei outros lugares, achando que o homem iria sair logo. Cinco minutos, dez, vinte, trinta, quarenta, cinqüenta, sessenta. Isso mesmo, ele ficou trancado lá uma hora! Eu desconfio de que ele estava lá dentro usando drogas, por que a última vez que eu fui checar se ele tinha saído e tentei abrir a porta, ele esbravejou, estava claramente descontrolado. Eu sei que tem muitas pessoas que usam drogas na Noruega, mas nunca pensei que viveria isto tão de perto. Achei deprimente.

Metade do caminho

Ontem eu fui à biblioteca depois do trabalho e fiquei lá durante cinco horas, lendo o livro para a escola. Resolvi fazer isso por que em casa eu acabava não lendo. Deu certo, li mais da metade do livro e amanhã vou ficar na bilbioteca novamente para ler o restante e começar a fazer a análise. A história é interessante e eu estou conseguindo entender praticamente tudo. Nada mal para minha primeira experiência literária em norueguês, e ainda por cima em nynorsk. Ainda falando em livros, segunda-feira começou a passar aqui uma minissérie baseada em um livro famoso de uma escritora chamada Anne B. Ragde. A história se chama "Berliner Poplene". Saiu no jornal que metade dos noruegueses assistiram á estréia, tamanha a popularidade do livro.

Desilusão

Hoje também li no jornal uma reportagem onde diz que metade das mulheres que procuram os "krisesentrene" (centros que auxiliam e amparam pessoas que têm problemas domésticos, como abusos e violência) são estrangeiras. Muitas são mulheres que são completamente dependentes dos maridos noruegueses. Acho que deve ter muitas mulheres que têm aquela ilusão de que vir para a Noruega é uma solução para todos os problemas e que a vida vai melhorar. Pois não é assim não. Aqui, se a mulher não trabalha, fica dependente do dinheiro do marido, que erroneamente se sente no direito de controlá-la e usar violência, principalmente se ele ingerir álcool em demasia. Por isso que é importantíssimo começar a aprender o idioma assim que se chega aqui. As portas para um emprego se abrem e a dependência fica menor.

Reunião

Terça-feira tivemos reunião na casa de uma colega. Muito bolo, café, chocolate. Os assuntos da reunião ficaram reduzidos a meia hora, mas valeu a confraternização com as colegas. Estamos pensando em ir a um hotel jantar na época de Natal, tomara que dê certo! Nessa reunião também foi apresentada a mais nova funcionária, a minha amiga brasileira Tatiana! Ela já está trabalhando muito, minha chefe está muito satisfeita com ela e creio que vai dar tudo certo. Adorei ter uma brasileira trabalhando comigo.

Para terminar vou agradecer pelas mensagens carinhosas de algumas meninas que começaram a ler o blog. É muito recompensador saber que as minhas vivências servem para informar pessoas que estão para vir pra cá. Lembro que quando eu estava para vir alguns blogs me ajudaram demais. É uma honra saber que agora é minha vez de ajudar.

 

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