segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Meu dia de sacoleira

Meu último final-de-semana foi bem diferente, pela primeira vez na minha vida fui a uma liqüidação e saí da loja mais do que satisfeita. Os meus sogros vieram ficar conosco, pois o pai do Morten havia combinado de vir ajudá-lo a instalar nosso 'varmepumpe' (que já está funcionando!). Minha sogra e eu resolvemos ir às compras. Ela leu no jornal que haveria uma 'posesalg' em uma loja aqui onde moro. Esta 'posesalg' consistia no seguinte: poderíamos encher uma sacola da loja (bem grande) até não caber mais nenhuma roupa e pagaríamos 400 NOK (cerca de 130 Reais) por tudo que havia na sacola. A princípio, achei que não haveria muita variedade nem nada muito bonito - afinal, em São Paulo, liqüidação geralmente é um disfarce para venda de roupas de tamanhos minúsculos, cores e modelos esquisitos e qualidade duvidosa. Mas eu me surpreendi. Havia roupas muito bonitas, todos os tamanhos possíveis e boa qualidade. Achei até vestido de festa! Quando chegamos em casa, sentamos e fizemos as contas de quanto as roupas custariam antes da liqüidação (os preços antigos ainda estavam afixados nas roupas). A conta ficou em 6,811 NOK (2.270 Reais). Tudo bem que o custo de vida daqui é infinitamente maior, mas acreditem, pela quantidade de roupas que conseguimos colocar na sacola, foi um excelente negócio. Eu já havia achado a roupa que vou usar no casamento em outra loja alguns dias antes, e faltavam apenas os sapatos. Depois de visitarmos esta loja, fomos à Hitra e eu achei um par de sapatos exatamente como eu tinha imaginado, então agora não preciso mais me preocupar com roupa.

Nesta semana estamos esperando receber um documento chamado "Prøvingsattest", e finalmente poderemos marcar a data do casamento. Semana passada, levamos um pequeno susto por que, após enviarmos a documentação para o 'Likningskontor', ficamos sabendo que as traduções dos meus documentos deveriam conter um selo chamado "Apostille". Isto por que o Brasil não é membro da "Conferência de Haia" e por isso a Noruega não reconhece a autenticidade dos documentos emitidos no Brasil sem este tal "Apostille". Eu nunca tinha ouvido falar neste selo. Eu e meu amor conversamos e nos perguntamos por que só agora, depois de meus documentos - SEM apostille nenhum - terem passado pelas mãos do/da:

- Tradutor juramentado em São Paulo;
- Secretária do Consulado da Noruega em São Paulo;
- Cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro;
- Saksbehandler da UDI em Oslo;
- Funcionário do Likningskontor em Frøya e em Orkanger e
- Fylkesmann (governador do condado onde moro)

o Likningskontor estaria exigindo o "Apostille". Ficamos super chateados, até que o Morten resolveu telefonar para o chefe do Likningskontor, armado de todas as leis possíveis para defender nossa argumentação. Para nossa felicidade, o senhor disse que já aprovou nossa papelada mesmo sem o 'Apostille', mas disse que isto tinha que ter sido providenciado desde o começo. Não o culpo. Culpo, sim, as seis - isto mesmo, seis autoridades anteriores que nunca mencionaram esta formalidade. Enfim, agora parece que está tudo em ordem, graças a Deus.

Estamos planejando os detalhes do casamento, que mesmo sendo somente no fórum, requer muitos preparativos, impressionante. Vou atualizando as notícias durante a semana. Vou parar por aqui hoje por que escrevi muito e acordei às 4:30 da manhã para ir limpar o museu. Até a próxima!

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