Olá!
Hoje é quarta-feira e não terei mais aulas, ainda bem. Pretendo estudar norueguês e dar um jeito na casa, que durante a semana fica muito descuidada. Além do mais, fiquei fora praticamente o final-de-semana inteiro, então há muito serviço acumulado.
Já queria ter escrito isto antes, mas só agora sobrou tempo. Domingo passado assisti ao programa "Pânico na TV". Para quem não sabe, é um programa humorístico que, mesmo não sendo excelente, salva as entediantes noites de domingo. Bem, foi exibida uma matéria que me deixou muito triste e até revoltada. Um morador de rua ganhou da produção do programa dinheiro para ir almoçar em um restaurante aparentemente de alto nível, se é que aquilo pode ser chamado de alto nível. Ao tentar entrar, ele simplesmente foi barrado na porta! O senhor ficou revoltado, claro, pois era nítido que estava sendo discriminado por estar mal-vestido e com a aparência desleixada.
Mas o que estava por vir foi ainda mais revoltante. A produção levou este senhor a um hotel, onde ele tomou banho, ganhou um terno elegantíssimo, foi ao cabeleireiro e teve seu cabelo cortado, barba e unhas feitos. Eles levaram-no ao mesmo restaurante acompanhado de uma mulher bonita e em um carro importado com motorista. Adivinhe o que aconteceu?
Isso mesmo, ele foi recebido de braços abertos e sorrisos nos lábios no mesmo local de onde o haviam expulsado horas antes!!! Essas coisas me fazem ter cada vez mais aversão a pessoas em geral. Acho que é por isso que é tão difícil de eu fazer amizades, talvez até por minha culpa, mas eu abomino comportamentos deste tipo. No Rio de Janeiro, eu e Morten estávamos jantando e um garotinho de rua se aproximou e pediu batatas fritas. Eu prontamente dei-lhe um pouquinho em um guardanapo para que ele não queimasse as mãos. Até hoje lembramos deste fato e nós dois nos sentimos muito felizes por este gesto. Pode não significar nada para os outros, mas nós percebemos o quanto o garotinho ficou contente. E os donos do local não expulsaram o pobre menino.
Tenho lido no Orkut comentários sobre a Noruega ser racista e tal. Quem somos nós para dizer algo sobre eles? Atire a primeira pedra que está sem pecado! E eu me incluo nessa, pois sei que ainda tenho muito a aprender e mudar em mim mesma. Mas pelo menos eu aproveito as chances que me são dadas e tento ser uma pessoa um pouquinho melhor.
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