domingo, 25 de agosto de 2013

Cem funcionários que não fazem o serviço de um

Ontem, estivemos em uma loja de material de construção grande aqui em Santos. Compramos algumas ferramentas, uns parafusos e eu comprei um varal de chão pequeno para o apartamento. Este varal não tinha preço marcado nem na mercadoria nem na prateleira (isso acontece direto nas lojas e mercados daqui), mas eu havia visto outro varal maior por 45 reais e pensei: bom, se o varal maior está 45, esse menor dever estar mais barato. Ao final das compras, ainda encontramos um suporte para pendurar toalha em um saldão da loja.

Aí fomos passar no caixa...

A moça do caixa, ao ver o tal suporte que achamos no saldão, disse que teríamos que ter falado com um vendedor para tirar o pedido (como que iríamos saber uma coisa dessas?), pois ela não poderia passar esse suporte no caixa dela por que ele estava com o preço remarcado...Tivemos que retirar tudo da esteira do caixa, botar de volta no carrinho e levar até um atendente que escaneou produto por produto no leitor óptico para que, então pudéssemos pagar no caixa.

Ao escanear o varal de chão, constatei que seu preço era 60 reais! Eu disse ao vendedor que havia outro varal maior por 45. Ele simplesmente respondeu: "Ah, isso acontece muito." Bom, disse então que iria trocar esse de 60 reais por o de 45. O vendedor ficou olhando para nós (esperávamos que ele fosse se oferecer para ir buscar o outro varal), mas não. O Morten foi lá trocá-lo. O vendedor estava dando sinais de impaciência. Quando o Morten voltou com o suposto varal de 45 reais e o vendedor passou o produto no leitor óptico, a surpresa: 70 reais! Eu disse ao vendedor que este varal estava anunciado por 45 na prateleira. Ele olhou para nós como se estivesse dizendo: "Vocês são uns otários" e ficou imóvel. Não se deu ao trabalho de conferir na prateleira, nada. Diante da indiferença dele, disse que não ia levar varal nenhum (voltando para casa achamos o varal em outro lugar por um preço bom).

Ao chegar ao caixa, pensei que a moça iria somente receber o pagamento, pois o outro vendedor já havia escaneado todos os produtos. Mas, NÃÃÃÃOOO!!! Ela escaneou tudo de novo! O Morten me perguntou por que ela estava fazendo aquilo de novo, e eu simplesmente não soube responder.

Saímos da loja irritados por concluir que a loja tinha muitos funcionários, mas que nenhum fazia seu trabalho com competência. Quando vou a supermercados, vejo dezenas de funcionários com o uniforme do estabelecimento que andam para lá e para cá, SEMPRE fazendo fofoca de algum outro funcionário que não está por perto. E eu constatei isso várias vezes e em várias lojas até escrever aqui, não foi uma vez só não. Uma vez, ao entrar em uma loja da Vivo para perguntar sobre internet móvel, a funcionária nos respondeu sem olhar para nós, pois ela estava muito ocupada mexendo no seu celular.

Aí, não tem como não comparar com a Noruega. Lá, há pouquíssimos funcionários em uma loja, mas eles fazem tudo: trabalham no caixa, são estoquistas, fazem a limpeza, escrevem os cartazes de preços, atendem ao público, etc. Quando se entra em uma Casas Bahia aqui, sempre vem um funcionário querer te atender. Quando se quer comprar uma televisão na Noruega, tem que pegar uma senha e esperar o coitado do funcionário atender outros clientes para então poder vir te dar atenção. No meus primeiros meses de Noruega, ficava muito irritada com esta longa espera, mas sempre que fui atendida por um funcionário, recebi um atendimento exemplar. Ele sabia tudo sobre cada produto da loja, aconselhava (até a procurar outra loja concorrente caso ele não tivesse o que procurávamos!) e nunca demonstrava que estava querendo te enganar e vender acima de tudo.

Para terminar, tenho que contar como que a gente pode pagar pelas compras na IKEA, rede de lojas de móveis e utilidades domésticas originária da Suécia com filiais em quase todo o mundo (por que não ainda no Brasil???): Você tem a opção de passar as suas próprias compras no caixa. Escaneia produto por produto com o leitor, escolhe quantas sacolas vai querer (lá se paga pelas sacolas), escolhe a forma de pagamento e passa o cartão, digita a senha e pega seu recibo. Tem uma funcionária ao fundo supervisionando tudo, mas ela só se aproxima se você tiver alguma dúvida.

Embora as lojas aqui no Brasil contem com muitos funcionários, raramente a gente recebe um bom atendimento. Geralmente é o contrário, somos até maltratados. E isso é uma pena. Ah, e a Copa do Mundo vem aí...

4 comentários:

  1. Vixe, que decepção, né? Faz duas semanas que voltei ao Brasil depois de seis meses de intercâmbio e é bem desanimador, no supermercado é aquela demora, as pessoas te atendem muito mal também. Dá até um desânimo ter que sair de casa. Eu acho que o pior de tudo é que aqui os vendedores reparam muito na sua aparência e dependendo da sua roupa eles te tratam pior ainda! É muito triste isso.

    beijos

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  2. Oi, Marcela!

    Isso que você falou sobre os vendedores repararem na aparência aconteceu conosco em Trondheim também. Entramos em uma loja de antiguidades e o dono nos atendeu muito mal. Ao perguntarmos o preço de uma mesa, ele nos respondeu: "Ahh, é uma mesa muito cara.", e não disse o preço, certo de que nós não tínhamos condições de pagar. Bom, se isso aconteceu até com a Oprah Winfrey na Suíça outro dia, creio que todos estão infelizmente sujeitos a receberem um atendimento assim de pessoas preconceituosas e imbecis. Beijos!

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  3. Dureza ne?
    O atendimento no Brasil 'e muito ruim em todos os setores. Banco, farmácia, supermercado. ...
    E quando os funcionários passam por lavagem cerebral e falam igual robô? Tipo telemarketing? :-S ai!!! Quehorror

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    1. É uma pena que seja assim, não quero nem ver o que acontecerá durante a Copa e as Olimpíadas...

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