quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mais um obstáculo superado

Hoje foi um dia que eu esperei com apreensão. Uma professora da faculdade veio até a escola onde estou fazendo estágio para fazer uma avaliação da minha aula. Tive que escrever um documento extenso onde não somente tive que escrever tudo o que faria durante a aula, mas também justificar tudo o que iria fazer. Um trabalho bem minucioso. Eu pensei que iria estar muito nervosa, mas felizmente consegui manter o controle e dei uma boa aula, segundo a avaliação da professora. Vou continuar o estágio ali até o final de janeiro e é um grande alívio ter recibido a visita da professora. Ela vem só uma vez. Depois de terminar o estágio de espanhol vou começar o de inglês, que vou tentar conseguir na escola onde trabalho.

A neve chegou pra valer por aqui e a paisagem fica belíssima, mas o meu maior problema no inverno começa: as ruas escorregadias. Ainda não tive que usar as minhas solas de gelo, mas passei a levá-las na mochila caso eu necessite.

Outro dia vi um filme chamado "Julie & Julia", sobre uma blogueira que decide fazer todos os pratos de livro de receitas de uma famosa cozinheira americana. Eu gostei muito. Também vi "Somewhere" da mesma diretora de "Lost in Translation", que eu adorei, mas me decepcionei. A nossa fornecedora de TV à cabo liberou o sinal de todos os canais durante um período e domingo eu assisti a uma minissérie da HBO chamada "Mildred Pierce". Foi uma série muito longa, mas muito interessante.
Dentro de pouco mais de uma semana vou a um jantar de confraternização da escola. Este ano eles resolveram não fazer uma festa em um salão (Julebord), mas um jantar em restaurante. Podemos escolher o que vamos comer com antecendência e, como comprar bebida em restaurante é muito, mas muito caro, creio que muitos vão aparecer no restaurante já com umas a mais (haha, adoro usar expressões que não usava há séculos). Sim, por que essas confraternizações são para quase todos sinônimo de ficar bêbado, soltar a franga (haha, de novo) e aparecer no trabalho dias depois como se nada tivesse acontecido. Eu particularmente não gosto nada desse tipo de comportamento e me sinto um peixe fora d'água nesses eventos. Primeiro por que eu bebo muito pouco e não vejo a menor graça em passar da conta e dar show. Mas, como tenho que fazer um social, me convenci a comparecer nesse jantar. Relatos sobre a noite virão. Além do mais será em um restaurante bem famoso daqui e vou comer carne bovina (que não entra na minha geladeira faz um bom tempo devido ao preço).

Falando em comida, a Noruega está passando por uma grande escassez de manteiga no mercado. Por falta de matéria prima e da por causa da tal dieta baixa em carboidratos a manteiga simplesmente sumiu das prateleiras. Nós demos sorte e conseguimos garantir meio quilo de manteiga para fazer os biscoitinhos de pimenta e as bolinhas de conhaque. A Noruega está providenciando a importação de manteiga, mas até agora nada. Se bem que, mesmo se amanhã milhares de potes de manteiga francesa aparecessem nas geladeiras dos mercados, muitos noruegueses não comprariam. Isso porque aqui existe uma espécie de ultranacionalismo em relação aos produtos alimentícios. Por exemplo, nas embalagens de carne vem escrito norsk kjøtt (carne norueguesa), e muitos não passam nem perto de produtos que não tenham essa inscrição (norsk + produto). Essa eu também não entendo, pois embora muitos produtos noruegueses sejam excelentes, existe muitos produtos de outros países que são de qualidade superior aos noruegueses. E não raramente aparece no noticiário que crianças e adultos têm intoxicação alimentar que contraíram depois de comer carne norueguesa.

Ainda no assunto comida, uma leitora comentou que não conhece o Gløgg. Trata-se de uma bebida servida no mês de dezembro que lembra muito o quentão das festas juninas. Basicamente ela é feita de frutas, especiarias e opcionalmente bebidas alcóolicas como vinho ou álcool destilado (é, coisa de norueguês). Eu compro o Tomte Gløgg, que vem pronto. Olha a foto do frasco:



Misturamos uma parte de Gløgg e duas partes de água e levamos a mistura ao fogo quase até ferver. Outro dia adicionamos um pouquinho de rum e ficou muito bom. Para completar picamos amêndoas, misturamos com uvas passas e adicionamos à caneca de Gløgg. Essa bebida se saboreia devagar e ao final, com uma colherzinha de chá, comemos as passas e as amêndoas que sobraram no fundo. É muito bom!

Nossa, era para ser uma postagem curta e ficou gigante...

2 comentários:

  1. Hahahaha... Raquel, morro de saudades de poder falar as bizarras expressões que temos em português... :-)
    Parabéns pela aula!!! E eu li sobre o problema de falta de manteiga na Noruega, e não estava entendendo nada... como assim não tem manteiga??? E a Dinamarca está fazendo o maior doce para liberar a manteiga daqui... é meio bizarro de pensar, não é?
    abraços,

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  2. êee legal! Tenho que provar isso logo.
    bjs

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