domingo, 31 de julho de 2011

Caindo de páraquedas

Escrevendo da Noruega depois de quase 1 mês no Brasil mais 1 semana na Espanha. Vou escrever outras postagens onde contarei mais detalhes das minhas férias. Sexta-feira passada de tarde eu e meu pai estávamos no aeroporto de Frankfurt quando eu escutei sem querer um rapaz falar ao celular em norueguês: "På Youngstorget?" Naquele momento, eu mal poderia imaginar que ele estava sendo avisado sobre a bomba que havia explodido no quarteirão onde se localizam os ministérios do governo norueguês, na capital, Oslo. Ao aterrissar em Oslo, prestes a embarcar no avião que nos levaria a Trondheim, eu telefonei para o Morten, que, aliviado por saber que estávamos bem, me contou então sobre o ocorrido. Meu pai avistara vários policiais no aeroporto de Oslo. Havia a suspeita de uma outra bomba lá. Felizmente isso não se confirmou. Eu e meu pai pisamos na Noruega no dia da maior tragédia da história do país desde a ocupação alemã durante a segunda guerra mundial.

Hoje, dando um passeio por Trondheim para apresentar a cidade ao meu pai, vimos várias demonstrações de luto e solidariedade em vários pontos da cidade. Flores, velas, fotografias, desenhos, mensagens. Pessoas se abraçando e chorando em um dia ensolarado e quente de verão, quando geralmente só se vê sorrisos e se escuta gargalhadas. O país está mesmo chocado e de luto. A televisão espanhola dedica extensas reportagens à tragédia. Nas emissoras de TV e nos jornais aqui é difícil falar de outra coisa.

Dói ainda mais para uma imigrante que se integrou quase que inteiramente na sociedade daqui saber que tem gente que nos odeia, que quer exterminar tudo que é estrangeiro. Não importa se abraçamos a Noruega como segunda pátria. Não importa se colaboramos com nossa força de trabalho, com nossa honestidade e persistência para aprender o idioma e assimilar a cultura local. Quantos malucos como aquele devem existir por aí?

Solidariedade para com as vítimas e seus entes queridos.

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